Desliza sem pressa sua mão no meu cabelo e depois puxa com aquela
força delicada que só você sabe fazer. Me pega na cintura e me
chama pra perto de você daquele jeito que me deixa sem ação.
Me olha com aquele olhar que me diz sem dizer nada: "hoje você é
minha".
Me faz esquecer por um instante que eu não sou a única que sofre a
força da sua pegada e tem o seu sorriso.
Me faz esquecer que não sou a única que conhece a intensidade dos
seus gemidos e sabe a hora exata do teu gozo.
Me faz esquecer que amanhã cedo eu vou ter que encarar aquele
trabalho chato e minha vidinha mais ou menos.
Me diz com os olhos que quer me ver de novo, com a boca que fica
louco com o meu beijo e com as mãos que deseja meu corpo safado
grudado no seu.
Não quero saber do teu trabalho, das tuas saídas, muito menos das
recentes conquistas, que vira e mexe você insiste em rodear minha
mente com isso.
Só quero saber do aqui e agora, daquele momento em que a gente se
vê e o sorriso vem junto com o olhar. E aquela sinergia que é só
nossa? Mesmo que a gente fique semanas sem contato algum, quando nos
encontramos voltamos ao mesmo ponto que paramos da vez anterior com
uma facilidade que chega a espantar.
Só quero saber das brincadeiras que a gente faz, do poder de rir de
si mesmo, da análise dos "solteiros" na noite ou dos
minutos intermináveis que passamos falando de futebol e do
sofrimento compartilhado quando os nossos times vão mal.
Como a gente se entende no toque e tem aquela química, que
definitivamente, não se explica. Só sente mesmo. E sentimos. No
beijo, no sexo. Como a gente diz, tudo encaixa. E sempre dá aquela
ansiedade gostosa horas antes de um encontro que logo passa quando a
gente tá ali lado a lado. Aí dá uma calma, uma paz, difícil de
explicar.
Só um alerta rapaz, não me deixa muito tempo sozinha, não prometo
voltar depois, cuida direito de mim quando a gente tá junto, me
entenda, mesmo quando eu não estiver muito bem, respeite meu espaço
e me trate com respeito, me chame atenção, se calhar; e,
principalmente, não me magoe.
Como terminar esse texto? Não sei...na verdade por enquanto ele
não tem um ponto final, ele simplesmente segue, como a gente. E
flui, sem ter que dar explicações de fins e de novos começos...
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